quarta-feira, 26 de julho de 2017

Exercício de Critica - gota d'água - Grupo Breviário

A peça começa com uma roda de ponto de umbanda trazendo um pouco da atmosfera do sincretismos existente na cultura de nosso povo. O jogo cênico acontece em um teatro de arená fazendo com que a plateia seja mais do que um espectador presente que compõe junto com os atores, músicos e cenário. A plateia se torna advogada, testemunha e ouvinte de todo os relatos dos personagens e claro de Joana e Jasão que em diversos momentos se apoiam em alguém da plateia. Sentia como se os personagens perguntassem: não é assim que as coisas são? você não concorda comigo? você acha que eu devo ou não fazer isso? olha para mim, quem está errado nessa história? esse artificio enquanto cena era muito interessante porque fazia com que me sentisse como se estivesse dentro do espaço, atmosfera e tempo da cena. A proposta de Gota d'água de uma forma mais próxima e simples me fez pensar que pouco pode ser muito. A simplicidade dessa montagem e a imagens de uma Joana que pertence ao povo, mulher de garra e que padece por um amor ferido, sentimento esse que me fez lembrar das manchetes de jornais, que relatam casos de vinganças amorosas extremas. Na adaptação de Chico Buarque e Paulo Pontes de Medeia a realidade urbana é explorada, e trabalhada de forma realista, trazendo os costumes, dificuldades e religiosidade do subúrbio a tona. Georgette Fadel como personagem de  Joana e diretora junto com Heron Coelho consegue transmitir toda essa realidade através de sua simplicidade em cena. 

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