O Clube do
Fracasso da Cia Rustica de Teatro, Propõem uma brincadeira de cena para
falar sobre anseios humanos: o fracasso de cada dia, os altos e baixos de viver
ou não um fracasso, as exigências social e pessoais para que se alcance o
sucesso.
Nos momentos de relatos pessoais dos atores quando falam sobre
suas decepções amorosas, ao meu ver funcionam como sedução para o público, pois
em algum instante o público acaba se identificando com determinadas situações
vividas nos depoimento. O Jogo cênico me parece mais interessante quando os
atores rompem com as sequências organizadas por eles para falar sobre o fracasso.
Um exemplo é a atriz que reclama de não ter tido sucesso com o bambolê quando
criança e ao mesmo tempo trabalho com o corpo a agilidade adquirida com seu
esforço de aprender bambolê. Essa oposição de fala e gesto me parece mais interessante
do que os momentos ilustrativos que os atores caem ao decorrer do espetáculo.
O intuito de causar alguma reflexão na plateia funciona
em algumas resoluções de cenas proposta durante o espetáculo, como por exemplo:
a mensagem deixada pela superação da atriz com o bambolê: todos podemos fracassar
e mudar a mesa da fortuna. O espetáculo trabalha e aprofunda pouco o tema e as
transições de cena. Se tratando das informações e provocações feitas pelos
atores tudo parece chegar de forma um tanto rasas, como se todos estivessem em
um ensaio de escola de teatro, em uma brincadeira de improvisações de um
determinado tema no casso: “o fracasso”. Muitas das vezes os gestos feitos pelos atores
ficam um tanto exagerados e pouco trabalhados, as ilustrações projetadas durante
a pesa me causaram duvidas, não encontrei muita utilidade para as projeções,
além de informativas e ilustrativas.
Talvez tenha faltado um pouco mais de criatividade para
as transições das cenas, algo que tentaram resolver com as projeções. A utilização
de instrumento tocado pelos atores durante a encenação me pareceu um pouco mais
interessante, nesse momentos os atores falam um pouco de si. O espetáculo possui
cenas potentes, mais ainda sinto falta de um pouco mais de aprofundamento no
tema trabalhado. Falar sobre anseios humanos, traumas, frustrações exige um
pouco mais de profundidade, dessa forma talvez o Clube do Fracasso poderia sair
um pouco do lugar clichê de se abordar os fracassos humanos.
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