segunda-feira, 14 de agosto de 2017

O jardim
O Jardim, terceiro espetáculo da cia Hiato de teatro montado em 2011. A cena é narrada por duas personagens, Aline (dona da casa) e Paula (empregada). É possível identificar a partir da indumentária usada pelas personagens uma narrativa hierárquica contada pelo figurino. Aline se veste bem, com um vestido verde e óculos escuro. Já Paula está vestida com trajes surrados, largos e furado. A partir dos trajes das personagens é possível ver o que cada atriz representa.
Outro ponto também para observar é a forma em que Aline cala Paula. Já no início da cena Paula é calada por Alice, afirmando ainda mais a relação de patroa e empregada. Paula tenta se apresentar, mas é interrompida por Aline várias vezes.
O texto valoriza a relação entre humano e memória, é evidente essa intersecção quando as personagens apresentam objetos obsoletos e que não funcionam. J’ai La Mémorie Qui Flanche inicia a cena já levando o público para um lugar de lembrança, podemos ver isso na própria tradução “Eu tenho memórias que falham”.
A cenografia é feita por caixas empilhadas formando um X, e em cada vão é contado uma história diferente. A medida do espetáculo os atores vão trocando de lugar dentro desse X. A cena toda é contada no jardim da casa que está à venda. A forma que as personagens contam a história é cômica e divertida, de forma direta ao público, criando uma relação entre ator e público.

O jardim é um espetáculo interessante que fala de forma singela da memória. É importante ressaltar que essa análise é feita a partir de um fragmento da cena, e não do espetáculo todo. A cena coloca o público a pensar nas relações humanas de forma cômica e divertida. 

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