O jardim
O
Jardim, terceiro espetáculo da cia Hiato de teatro montado em 2011. A cena é
narrada por duas personagens, Aline (dona da casa) e Paula (empregada). É
possível identificar a partir da indumentária usada pelas personagens uma
narrativa hierárquica contada pelo figurino. Aline se veste bem, com um vestido
verde e óculos escuro. Já Paula está vestida com trajes surrados, largos e
furado. A partir dos trajes das personagens é possível ver o que cada atriz
representa.
Outro
ponto também para observar é a forma em que Aline cala Paula. Já no início da
cena Paula é calada por Alice, afirmando ainda mais a relação de patroa e
empregada. Paula tenta se apresentar, mas é interrompida por Aline várias
vezes.
O
texto valoriza a relação entre humano e memória, é evidente essa intersecção
quando as personagens apresentam objetos obsoletos e que não funcionam. J’ai La Mémorie Qui Flanche inicia a
cena já levando o público para um lugar de lembrança, podemos ver isso na
própria tradução “Eu tenho memórias que falham”.
A
cenografia é feita por caixas empilhadas formando um X, e em cada vão é contado
uma história diferente. A medida do espetáculo os atores vão trocando de lugar
dentro desse X. A cena toda é contada no jardim da casa que está à venda. A
forma que as personagens contam a história é cômica e divertida, de forma
direta ao público, criando uma relação entre ator e público.
O
jardim é um espetáculo interessante que fala de forma singela da memória. É
importante ressaltar que essa análise é feita a partir de um fragmento da cena,
e não do espetáculo todo. A cena coloca o público a pensar nas relações humanas
de forma cômica e divertida.
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