sábado, 26 de agosto de 2017

Dorotéia Farsa Irresponsável de Nelson Rodrigues Na Visão De Jorge Farjalla

O espetáculo Dorotéia dirigido por Jorge Farjalla a partir do texto de Nelson Rodrigues. Traz como protagonista da peça a atriz Rosamaria Murtinho e Letícia Espiller no elenco, além dessas atrizes que marcam a divulgação do espetáculo que acaba ganhando um peso de ser Global. Temos a presença das atrizes, Anna Machado, Dida Camero, Jaqueline Farias e Aleixa Deschamps, uma mistura que sustenta o espetáculo. A Proposta do senário traz uma inovação nas cores e formas utilizadas nessa montagem, comparado a outros espetáculos recém montados de Doroteia. Segundo o diretor Jorge Farjalla: o senário e figurinos não seguem as rubricas da peça de Nelson Rodrigues. Além dessa mudança também surge os “Homens Jarros” criação do diretor.
A peça foi escrita por Nelson Rodrigues em 1949. Conta a história da personagem Doroteia que acaba de perder seu filho e decide bater na porta da casa de Dona Flávia, Maura e Carmelita. A moça Doroteia diz ser prima delas. Acontece que as mulheres dessa família são herdeiras de dois sintomas: o primeiro é que não podem ver homens e o segundo todas sentem náuseas após a primeira relação sexual.



O espetáculo da início com um senário organizado para um teatro de arena, mesmo em um palco italiano o diretor tem a preocupação de disponibilizar alguns lugares em volta do palco para que o público se acomode. O que me incomodou foi a forma como essas pessoas foram direcionadas para esses acentos. Depois que toda a plateia se acomodou nas poltronas o espetáculo iniciou e algumas pessoas ainda estavam sendo deslocadas ao redor do palco sujando a cena que já estava acontecendo. Não sei se esse ocorrido aconteceu apenas quando eu assisti. Além disso acredito que a partir do momento que eu estou preste a assisti um trabalho tudo ao meu redor deve ser observado.
  O que mais me chamou atenção do cenário foi as gigantescas arvores colocadas em volta do palco de onde saiam as músicas presentes durante o espetáculo. Das arvores também saiam algumas vezes os Homens Jarros figuras masculinas que circulavam pelas cenas algumas vezes tocando instrumentos outra apenas jogando com os personagens.
Fiquei pensando no formato padrão dos corpos masculinos colocados em cena, todos os atores músicos possuíam físicos bem desenhados e esculturais. Isso talvez não seja resultado da indústria da imagem vendida na mídia? Bom se é ou não é era atraente para a plateia observar esses corpos desfilando pelas cenas. O conjunto de cenário e figurinos que mais lembravam capas de sofá dos anos 70 deram um tom lúdico para o espetáculo. As vozes das atrizes contavam com um sistema que provocavam um eco criando uma atmosfera que lembrava um ambiente pesado como um “Umbral” lugar onde ficam as almas perdidas entre o céu e a terra.  
Dorotéia interpretada por Leticia Spiller que deixou a desejar com sua atuação que em muitos momentos parecia que estava sendo interpretada para uma câmera de TV. Não senti entrega nem força cênica da atriz com a personagem. Apesar dos figurinos e maquiagem serem maravilhosos a atriz deixou por desejar, mesmo assim sua presença era esperada pela plateia que em diversos momentos vibrava quando Leticia Spiller entrava em cena. Isso me causou uma frustação em pensar que muitas das vezes as cassas cheias não são por causa da boa peça e atuação dos atores e sim por conta de uma imagem vendida.
As cenas eram resolvidas de forma inteligente, teve momentos que pareciam jogos de palhaços como a hora que a filha de dona Flavia interpretada por Rosamaria Murtinho   das Dores, personagem que na peça de Nelson Rodrigues havia nascido morta do ventre de sua mãe e cresceu sem saber de seu falecimento. No momento que dona Flavia revela para das Dores que ela nasceu morta das Dores volta para o ventre da mãe para nascer novamente. A cena é resolvida da seguinte forma: a atriz caminha até dona Flavia que está sentada em uma cadeira que fica coberta pela sua saia, nesse momento a personagem das Dores passa por debaixo da cadeira enquanto dona Flavia grita. Forma simples de resolução no momento me pareceu mal trabalhada. Achei um pouco dramático de mais, e lembrei dos jogos de palhaços que muitas das vezes são simples e exagerados.
No todo o espetáculo é interessante tem momentos que aparecem algumas críticas feita por Nelson Rodriguem ao escrever Doroteia. Críticas que falam sobre o padrão de beleza que a sociedade impõem, da mediocridade da família burguesa. Tudo isso o diretor e os atores conseguem chegar em alguns momentos, mais ainda sinto falta de uma interpretação mais entregue isso talvez tenha impedido Dortéia de Jorge Farjalla de receber mais aplausos.    

Ficha Técnica:

Texto: Dorotéia
Autor: Nelson Rodrigues
Diretor: Jorge Farjalla
Assistente de Direção: Diogo pasquim
Elenco: Rasamaria Murtinho, Letícia Spiller, Alexia Drdchamps, Dida Camero, Anna  Machado e Jaqueline Farias.
Homens Jarros (músicos): Fernando Gajo, Pablo Vares, André Américo, Du Machado, Daniel Veiga e Rafael Kalil
Cenógrafo: Zé Dias
Figurino: Lulu Areal
Direção Musical: JP Mendonça
Direção de produção: Bruna Petit
Produção executiva: Sandra Valverde
Produção operacional: Lu Klein




Um comentário:

  1. Olá Edilaynne, a crítica no todo apresenta muito bem a peça. Apresenta alguns erros de digitação e de redação. Apenas uma revisão.
    Reveja: "O espetáculo Dorotéia dirigido por Jorge Farjalla a partir do texto de Nelson Rodrigues e apresenta como protagonistas a atrizes Rosamaria Murtinho e Letícia Espiller, além dessas atrizes, outros atores estão no elenco, que acaba ganhando um peso de ser Global." Defina melhor o que seria ser global e levante essa discussão. "As cenas eram resolvidas de modo inteligente é fala de diretora... o que é ser bem resolvida uma cena para uma crítica? "atuação deixou a desejar" também é impreciso, explique melhor ou fale do que gostou ou não, é importante. Bom inserir fotos e a ficha técnica. Boa e perspicaz reflexão sobre o masculino e feminino.

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